Reflexões de uma madrugada (vai dormir, Vivian!)

Abri meu perfil no Facebook, minha caixa de mensagens, e me deparei com uma pequena imagem que dizia "quando os professores falavam 'não deixe a faculdade atrapalhar os estudos!' achei que estavam falando das festas, mas descobri que a faculdade pode ser tão hostil que estudar fica cada vez mais difícil." E havia uma garota, mãos agarrando os cabelos, curvada em angústia, com balões que diziam "inútil","burra", "reprovada", "incapaz", "competição" e "idiota". Li esta mensagem logo depois de finalizar um trabalho acadêmico que totalizou 17 páginas, e que eu estava terminando as 2:00 AM. Isto mexeu comigo! Deixou minha mente ainda mais inquieta do que já estava.
Em que momento deixei de acreditar em minha capacidade intelectual, coisa da qual sempre me orgulhei? Em qual momento passei a ler por obrigação, logo eu, que tenho com maior paixão a leitura, desde criança? Em que momento decidi que havia algum critério de competitividade, comparável, entre mim e outras pessoas? Quantos mais não se fazem estas mesmas perguntas mentalmente, com medo de que, se pronunciá-las em voz alta, tudo desmorone, tudo perca o sentido?
Quando deixei de escrever poesia? Quando passei a menosprezar meu canto, que sempre foi elogiado? Quando deixei de fazer trabalhos manuais, algo em que sempre fui tão boa... Minha mãe diz que isto herdei dela, toda orgulhosa de encontrar um traço meu, em si.
Em que momento minha vida perdeu a cor, e a doçura ficou apenas no café que tomo todas as manhãs?
Acho que meu grande mal é sentir falta das coisas que nunca tive. Sinto falta da inocência, sinto falta de viver sem preocupações, sinto falta de segurança... Sinto falta de coisas que nunca experienciei.



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